Gafes em Roda de Choro
Henrique
Cazes
Na casa da tradicional família Mena Barreto, a roda transcorria animada numa tarde de
sábado. Até que veio uma empregada oferecer bebidas aos músicos. Do alcoólico só
havia Malzbier. Nessa hora um pandeirista grosso (será que é pleonasmo?) perguntou à
dona da casa:
A senhora acha, por acaso, que eu estou amamentando?
Dito isso, desceu para tomar uma na esquina.
000
A badalação que virou o bar Suvaco de
Cobra, no subúrbio carioca da Penha Circular, fez com que a turma de músicos que lá se
reunia passasse a ser convidada para eventos em ambientes mais chiques.
Sendo assim, a turma do Suvaco foi parar num queijos e vinhos, oferecido por um ricaço
que morava na Praia de Ipanema.
A mesa de queijos ficava logo na entrada do salão e exalava aqueles aromas de queijos pra
lá de sofisticados.
Não deu outra: a turma foi entrando e um por um levantava o sapato para ver se tinha
pisado em merda. Foi aí que o bandolinista Motinha explicou aos colegas o que era aquela
mesa:
Eu conheço esses queijos. Esse aqui é o podrelone, aquele ali é o fedolone.
Henrique Cazes é carioca, nascido em 02-12-1959. Escritor,
compositor, arranjador e instrumentista autodidata, começou a tocar violão aos seis anos
de idade, interessando-se, mais tarde, pelo cavaquinho, banjo, violão caipira, bandolim e
violão tenor. Publicou pela Editora Lumiar "Escola moderna do cavaquinho" e
"Literatura mínima para cavaquinho". Pela Editora 34,"Choro - do quintal
ao Municipal".
Textos extraídos do livro "Suíte
Gargalhadas - Cento e tantas histórias engraçadas sobre música e músicos", José
Olympio Editora - Rio de Janeiro, 2002, pág. 131.
[ Voltar ]
RESPEITE OS
DIREITOS AUTORAIS E A PROPRIEDADE INTELECTUAL
Copyright © 1996 PROJETO RELEITURAS.
É proibida a venda ou reprodução de qualquer parte do conteúdo deste site. |